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terça-feira, 26 de julho de 2011

Marcas


Eu tenho marcas
A violência de gente agressiva
Repercutiu em minha vida
Dores no corpo
Sangue, alívio...
Lágrimas no rosto
Pulsos, impulsos...
Confusão em minha cabeça.

O trauma mostra sintomas:
Isolamento, medo
Culpa, desconfiança do outro.
A ferida minando
Tremores e suor
Paralisam o corpo.

Aos poucos o passado
Esfacela, vira cinza
E mesmo que quando em vez
Eu respire, identificando
O cheiro do sangue
Do rato morto
Provando o sal do pranto
Procuro palavras
Alguém que me sirva sabedoria
Para eu beber
Como fonte da vida
Porção de amor
Para transcender...

A ajuda é necessária
De alguém em quem confie
Mas acredite em você primeiro
E caso não consiga
Por conta da culpa
Que te faz desculpar-se
De ação que não foi sua
Procure um colo amigo
Um abrigo

E quem te ama
Mesmo que você não saiba por que
Pois a baixa auto-estima
Não te deixa ver
Te cega e nega
Quem é você
Não desista...

Agora o céu ainda está nublado
A insegurança faz tremer as pernas
Um carinho é recebido como favor
Mas vai passar
Supera-se a dor

Aí então um caminho
Começa a ser pintado
Elabora-se em sonho
Quem sabe uma borboleta
Para enfeitar as marcas agora
E a cadeira que era sustento
Retira-se para o início da caminhada.

Malu Calado

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