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sábado, 6 de agosto de 2011

O CHÃO E OS ESPELHOS




Era aquele o meu lugar?
Um chão vermelho
“Mistura de sangue com a terra”,
Não conseguia levantar.
Apavorada,
Via um espelho de moldura rosada
Flutuando no ar.

O vento, suavemente,
Retira- me.
Vejo o horror,
Um retrato de Dorian no espelho,
Desfigurado,
E eu deitada, novamente,
Apavorada num chão seco.

O vento sopra,
Consegui levantar.
Mas quebro dois espelhos,
Não há imagem,
Não reconheço
Quem poderia estar ali?

Do chão de cimento cinza
Surge outra imagem
Agora colorida,
Que da terra suja levantou
Conseguindo olhar
De um lugar escolhido
Uma imagem feminina.

Malu Calado

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