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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Uma Doce Mentira

Uma comédia de Pierre Salvadori com Audrey Tautou- Nathalie Baye e Sami Bouajila- Conta com humor e amor a relação entre mãe e filha. Uma mãe que após a depressão da separação se encontra musa; e de uma filha, que sai da posição de cuidar da mãe, para cuidar da sua própria vida... E isso por conta de uma linda carta de amor... Lindo e doce o filme me fez pensar escrever cartas de amor, cuidar bem da filha... Até deixei que ela me comprasse brincos ontem!

Malu

terça-feira, 22 de maio de 2012

No livro O DEUS SELVAGEM, publicado pela Companhia das Letras- O Autor Inglês A. Alvarez aborda a questão do suicídio sob a ótica mais subjetiva- pessoal, "com suposto estudo psicanalitico" e utilizando- se bastante da literatura para afirmar que o desejo da morte, ou mesmo o pedido de socorro- como afirmam os que não querem aceitar a morte como desejo- é nitidamente melancolico e até, muitas vezes fácil ou difícil de prever. Para mim o suicídio de Silvia Plath era fácil de prever- mas entre os poetas o gozo da melancolia era essencial para a produção... Só um comentário.

Para o "suicídio" de Silvia Plath o autor tenta uma explicação curiosa- psicanalítica- interessante- que ele diz Freud explicar- mas a realidade é que eu gostaria da visão Lacaniana.
Ele escreve assim:

" Só Deus sabe que ferida a morte de seu pai lhe causara na infância (Silvi tinha 9 anos), mas ao longo dos anos essa ferida foi se transformando na convicção de que ser um adulto significava ser um sobrevivente. Então, para ela, a morte era uma dívida a ser paga uma vez a cada década:para poder continuar viva como mulher adulta, mãe e poetisa, tinha de pagar- de alguma forma mágica e parcial- com a vida. Mas como esse pagamento impossível também envolvia a fantasia de unir- se ao amado pai morto ou recuperá- lo de alguma forma, ele era também um ato passional, impregnado tanto de amor como de ódio e desespero..."

Silvia criava abelhas, enquanto o seu pai fora uma autoridade em tal assunto- seria essa uma maneira de "simbolicamente aliar- se ao pai"?

O autor do livro põe a separação de Silvia e Ted Hugues (nome muito respeitado entre os poetas) como o estopim- a desconexão de Silvia com a realidade. Mas o fato é que no dia anterior à sua morte, chega em sua casa, com atraso dos correios- a carta de uma terapeuta marcando um encontro com Silvia- mãe, mulher, poeta melancólica e apaixonada... Era fácil de prever. Ela amava a melancolia, os filhos, a terra; sabia que precisava de ajuda e buscou. Ponto. Mas como tudo é culpa da mãe, o autor resolveu inovar, e colocar a culpa no pai...
Malu Calado

"Fiz novamente
Uma vez a cada dez anos
Chego lá-

Uma espécie de milagre ambulante(...)
Tenho só trinta anos.
E como o gato tenho nove vidas para morrer.

Esta é a número Três (...)"

Silvia Plath

quarta-feira, 16 de maio de 2012

FESTA NO COVIL

FESTA NO COVIL

Atos que rolam no meio do narcotráfico narrados na visão do filho de um narcotraficante mexicano. Sórdidos, nefastos atos comicamente ou ingenuamente relatados por uma criança "precoce", quase patética, não fosse a prosa bem humorada.

Fulminante, o autor surpreende... Nunca foi tão delicioso ler o sórdido que chega a assustar!

"...Patético. Eu acho que os Franceses são pessoas boas porque inventaram a guilhotina. E os espanhois são bons clientes dos negócios do Yolcaut. Mas os melhores clientes são os gringos americanos..."p. 24
"...É por isso que eu gosto dos franceses, são tão delicados. Além de tirarem a coroa do rei para não amassar, tomam cuidado para a cabeça não sair rolando...Os mexicanos não usam cestos para cabeças cortadas. A gente entrega a cabeça cortada dentro de uma caixa de brandy reserva..." p.33

Eu me assustei de tanto que ri da miséria...NEFASTA E SÓRDIDA, FULMINANTE COMO O CABELO, CADÁVER QUE CRESCE!
Malu
Autor:
JUAN PABLO VILLA LOBOS

quinta-feira, 12 de abril de 2012

JOGO




E agora vou seguir calada?
É em mim que descanso
A minha fala sei pra quem mando
E por mim falo eu,
Não o falo seu
De coitada não tenho nada.
Da vida fui Vítima
Mas POSIÇÃO DE VÍTIMA
Disso não sofro mais
Muito menos
Por quem faz disso...
JOGO
“E do jogo se mantém escravo”
Não eu, sou livre, sou eu
Sem ou com semblante de santa, de puta
Variantes... nem me importo
Sou livre para falar
Onde quer que eu vá
E para falar por mim
Eu, eu, eu
Sem encosto
Sem jogo
Disso só tenho nojo.


Malu 

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Desejo





Ah! Como eu desejo a morte!
Morrer, morrer
Somente eu.
Quando?
Depois de ler
todos os livros...

Sintoma

Sabe quando agente quer sumir?
 Foi assim...
Eu queria falar nada
Só desejei almofada
De tão mal
Nem frontal eu quis
Xarope pra tosse
Coceira no corpo inteiro!
Velhice?
Não- a verdade
Por não fazer- se  falada,
fez sintoma
E eu me abandonei,
senti dores...
Até tomar banho de Alfazema!
Melhorei!

Malu

sábado, 7 de abril de 2012

Proibido Calar Catarses

“Os imperativos da moda, do consumo, do utilitarismo e do capital não deixam lugar para o ínfimo, o desútil, o íntimo, o desver, o falho, a falta, a fala. Tudo isso é, no entanto, o verdadeiro capital para o sujeito: a expressão de sua singularidade e de seus nadas” Antonio Quinet