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domingo, 3 de julho de 2011

A FUMAÇA


A solidão da moça
Não é feitiço de mãe.
É a escolha masculina
Errada da filha.
Em meio à fumaça
Não enxerga solução,
Somente pensa solto,
Esvazia sentimentos
A cada tragada e sopro.

A fétida fumaça circunda,
Traz pensamentos confusos,
Ansiedade.
Cheia de uma profunda vontade
De ser apanhada
A moça pensa
Que é a morte querendo falar,
Embora já a segure
Entre os dedos de uma mão.
Pode ser a solidão,
Fazendo- se fumaça
E companheira,
Por piedade da moça!

O odor terrível,
Sente se caindo,
E por um momento
Pensa queimar a pele
Para saber se ainda está lá.
Mas já possui a alma dolorida,
E não poderia usar a cinza.
Pois, embora sozinha
Já lhe foi declarada
A desgraça da agressão,
Da repetição.
Foi lhe dito em declamação
A dúvida do amor
Em análise,
A presença do veneno e crueldade,
Embora a alegria em doar o quadro
Demonstrasse alguma doçura e esperança.

A fumaça, a queimadura,
Seria perverso o ato,
Não somente refletiria na carne
Mas na alma... 

Malu Calado

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